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           Para constar, dada a importância do trabalho com essa metarregra, segue um exemplo* do primeiro caso de contradição (informações).

           Sabe-se que são grandes as dificuldades que os estudantes apresentam na compreensão de textos. Mesmo os de linguagem mais simples e de informações mais explícitas constituem-se em grandes obstáculos a esses jovens. Nesse quadro preocupante, encontram-se aulas em que os professores ocupam as preciosas horas disponíveis com momentos de leitura na biblioteca.


           Esse segmento foi elaborado para demonstração de uma situação de não atendimento a essa metarregra. Inicialmente é afirmado que os estudantes têm dificuldades de leitura e ao final é afirmado que os professores desperdiçam horas de aula com atividades de leitura. Nessa idéia de desperdício está uma dissonância que acaba por gerar a violação da metarregra de não contradição. Tal dissonância está explícita no texto independente das condições pragmáticas, da situação comunicativa, dos conhecimentos de mundo.

           Para melhor entendimento dessas metarregras de coerência textual, elas são analisadas no texto a seguir, “Touradas”.

                                 Como é uma tourada?
           É um espetáculo sangrento em que um toureiro enfrenta, quase sempre até a morte, um touro selvagem dentro de uma arena. A fiesta nacional da Espanha tem origem em caçadas a touros que rolavam já no século 3 a.C. No fim do século 18 – quando assumiu seu formato atual –, a distração já havia caído definitivamente no gosto popular. Hoje, as mais de 550 arenas espanholas empregam cerca de 200 mil pessoas, movimentando mais de 4,4 bilhões de reais por ano. Além da Espanha, as touradas são disputadas em países como México, Peru e Colômbia. Na maioria das nações, contudo, elas são proibidas por causa da crueldade a que os animais são submetidos. No Brasil, festas como a Vaquejada e a Farra do Boi – hoje proibida – também judiam dos bichos. Para entidades protetoras dos animais, o “espetáculo” não passa de mera carnificina: elas estimam que, por ano, nada menos que 250 mil touros sejam sacrificados no mundo sob aplausos de uma plateia.

Jokura, Tiago. Revista Mundo Estranho. Ed. 83. São Paulo: janeiro 2009

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* Elaborado pelo autor.

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