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5.2.3 Metarregra de não contradição interna

           Em uma situação coerente de comunicação ou de exposição de linguagem, não é possível afirmar “A” e “não A” ao mesmo tempo. Isso geraria uma contradição interna no texto ou no excerto.
           É necessário, nesse ponto, ressaltar que, quando se fala em contradição, logo se pensa em contradição entre ideias, informações. Entretanto, a contradição pode estar no nível formal da linguagem (enunciativa). Opta-se por demonstrá-la primeiro por ser menos conhecida – ou, quando conhecida, por não ser reconhecida como uma forma de contradição.
           Veja-se o seguinte trecho* :

           ...Napoleão Bonaparte tornou-se uma figura importante no cenário político mundial da época, já que esteve no poder da França durante 16 anos e nesse tempo conquista grandes partes do continente europeu. Os biógrafos afirmarão que seu sucesso se dará devido ao seu talento como estrategista, ao seu talento para empolgar os soldados com promessas de riqueza e glória após vencidas as batalhas, além do seu espírito de liderança.


           Vê-se no texto contradição no nível linguístico, na conjugação verbal, pois o sentido dos tempos verbais expressos se contradiz, dando informações incoerentes sobre o tópico central. Esse tipo de contradição, às vezes sutil, é recorrente em muitos textos nos quais o tempo verbal não é mantido do início ao fim.
           Existem vários outros tipos e casos de ocorrências de contradição interna** . Porém, para os intuitos deste capítulo, esses dois casos (contradição de ideias ou informações e contradição enunciativa) são suficientes.





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* Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte. Acesso em 09/03/2011.
** Para aprofundamentos, sugere-se o texto base (Charolles) aqui utilizado.

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