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cognitivos atencionais para a decodificação seja mínima e esses recursos possam ser redirecionados para a compreensão. Um leitor proficiente, por exemplo, já internalizou, entre outros, a decodificação, as superestruturas textuais (formatos, linguagem e intenções) e as variantes linguísticas. Esse conhecimento faz com que o leitor compreenda o sentido do texto de maneira mais eficaz e mais rápida. A predição, por exemplo, é uma estratégia possível somente quando aquilo que se lê faz algum sentido.
           Segundo Goodman (1987), tais variáveis determinam o processo ascendente ou descendente de leitura. O processamento ascendente se realiza das unidades menores para as maiores, estando a atenção do leitor dirigida para as pistas visuais do texto. De modo geral, esse processamento é utilizado nas seguintes situações: a) quando o leitor tem poucos conhecimentos prévios sobre o conteúdo ou a linguagem do texto; b) quando o objetivo da leitura exige uma abordagem minuciosa e c) quando o texto para ler é de grande densidade.
           O processamento descendente se realiza das unidades maiores para as menores, apoiando-se o leitor fortemente nas informações extratextuais. De modo geral, esse processamento é utilizado nas seguintes situações: a) quando o leitor tem muitos conhecimentos prévios sobre o assunto e a linguagem do texto; b) quando o objetivo da leitura exige uma leitura geral e c) quando o texto para ler é pouco denso.
           A competência linguística necessária para a compreensão de um texto envolve a ativação dos conhecimentos prévios, portanto, ativa a memória de longo prazo, onde está engramado o resultado – conhecimento – decorrente de todas as experiências da vida do leitor, tanto de natureza enciclopédica e cultural como de natureza procedimental, ou seja, das habilidades conquistadas ao longo da vida. A competência linguística deriva, portanto, da interação da memória de longo prazo e da memória de trabalho – mais recentemente denominada de memória operacional – para a definição e uso,



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