Apresentação
O plágio é um tópico que recebe cada vez mais atenção na educação básica e superior, estando no coração das preocupações sobre má conduta na ciência. Sendo caracterizado como uma apropriação indevida de ideias, palavras, resultados e/ou processos de um autor sem dar a ele o devido crédito, o plágio tem lugar central em discussões sobre ética na ciência. Sabemos que, na atividade científica, ideias e descobertas têm papel fundamental. O lugar de um autor científico é de destacado reconhecimento no ambiente de pesquisa.
Nesse ambiente, ideias, descobertas, resultados de estudos realizados bem como as interpretações desses resultados fomentam o avanço do conhecimento – que movem o sistema de reconhecimento e recompensas na comunidade acadêmica. Quando esse ciclo de reconhecimento é quebrado com situações de plágio, por exemplo, há uma percepção da comunidade de que houve um desvio ético importante por parte do plagiador.
A forma de lidar com tal desvio varia dependendo da extensão do problema, dos autores envolvidos, da tradição daquela área de pesquisa e de seus sistemas de financiamento. Essa forma, também, depende da cultura de instituições e países. Nos últimos anos, a visibilidade de casos de plágio na comunidade científica vem aumentando, embora não se saiba precisamente se hoje essa prática de fato aumentou ou se estamos “vendo” mais agora do que víamos há algumas décadas, por exemplo, com o acesso crescente à produção científica via Internet.
Em vários países, a exposição dos casos de plágio também é crescente nas universidades, como também são os mecanismos implementados para detectar e prevenir o problema. Em trabalhos finais de graduação e de pós-graduação, a ocorrência dessa prática lança um desafio adicional para educadores e gestores que buscam entender, detectar e prevenir a prática.